segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Relato da visita ao Lote XV


Às 6h30min na manhã do dia 20 de janeiro- quarta-feira- dia de São Sebastião o padroeiro da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Porto da Ronda Fraterna e eu, nos colocamos a caminho do nosso encontro com o pe. Bruno na localidade chamada lote XV em Belford Roxo na Baixada Fluminense, para fazermos a entrega de todo o material de limpeza doado pelos paroquianos do Santuário das Almas.

Na véspera, com ajuda de várias pessoas, havíamos carregado a caminhonete do Eduardo, que logo que soube que estávamos fazendo essa campanha, colocou-se à disposição para transportar tudo que tinha sido doado.

Segunda-feira, Amelinha, Maria do Carmo e eu, embalamos cada item separadamente em caixas colocando por fora a quantidade contida.

Quando chegamos ao Lote XV, eram 7h30min e encontramos a Graça e um outro senhor que não lembro o nome, coando o óleo de cozinha usado para fazer sabão. Gente simples e acolhedora, com um sorriso no rosto, nos informou que encontraríamos o pe. Bruno na Igreja que fica a dois quarteirões. Eduardo e eu para lá nos dirigimos. Encontramos uma igreja relativamente grande e de estrutura sólida aberta e sentado em um banco ao som de um CD com música de meditação, o pe. Bruno de olhos fechados com uma Revista Pastoral ao lado. Aproximei-me o mais silenciosamente possível, mas mesmo assim ele percebeu a minha presença, abriu os olhos e eu perguntei se ele era quem nós procurávamos.

Apresentamo-nos e ficamos sabendo que ele é de nacionalidade italiana, está na Diocese de Nova Iguaçu e vive há 40 anos no Brasil. Juntos, voltamos conversando para o Centro Comunitário. Falei-lhe da Ir. Ana Maria Vicente (franciscana) que tinha me falado do seu trabalho naquela região carente.

Sentimos a alegria dele e de quem mais chegou para ajudar a descarregar a nossa relativamente pequena oferta aos irmãos das comunidades e, olha que são 21 sob a animação do pe. Bruno que junto carregava as caixas com o material para colocar em uma sala onde estavam algumas sacolas com roupas e poucos alimentos também doados.
A cada caixa, alguém dizia: "Olha, está tudo separadinho, organizado!" A nossa doação não foi tão grande assim, mas eram itens que ninguém se lembra de doar, o que é muito natural, pois pensa-se primeiro em alimentos e roupas.
Em seguida, fomos para a cozinha onde a Graça passou um café e enquanto conversávamos, vimos e até compramos uns potes de margarina com o sabão que eles produzem a partir do óleo de cozinha usado, e alguns remédios simples da saúde alternativa.
Conhecemos o resto do prédio que é também a casa paroquial e ficamos sabendo que tão logo saíssemos o pe. Bruno iria para um mutirão de limpeza em uma das comunidades, pois na véspera chovera muito e inundara algumas casas. Não quisemos atrasar mais este trabalho. Despedimo-nos com uma sensação de termos feito muito pouco por aquela gente tão simples, mas ao mesmo tempo, acreditando (e isso dissemos na carta que entregamos), que "o pouco com Deus é muito" e por isso, havíamos cumprido a missão a que nos propusemos: levar um pouco do que temos para aqueles que tudo perdem nas enchentes que acontecem a partir da falta de políticas públicas para os mais pobres de moradia, saneamento, educação, saúde e tantas outras necessidades básicas a uma vida digna.




Um comentário:

Rogerio Gomes - Controle Social Projeto Iguaçu/PAC disse...

Meu nome é Rogerio e eu sou filho da Dna Graça, Por acaso eu pesquisando na internet eu encontrei essa Matéria de vocês e mostrei a minha mãe que ficou radiante e muito lisongeada com o comentário sobre ela, ela agradeceu a lembrança e consideração com o trabalho que fazem e mandou um grande abraço para todos.

Caso queiram fazer contato meu orkut é:
projetoiguacu.lotexv@gmail.com

BLOG: http://projetoiguacupaclotexv.blogspot.com
Rogerio Gomes
CLA/LOTE XV