Passadas as eleições os políticos desaparecem. Durante a campanha eles estavam nas praças, no calçadão da praia, no Campo de São Bento, nas portas das Igrejas e em cada esquina. De repente, a gente dava de cara com um candidato sorridente, amável e pronto para nos servir se estalássemos os dedos. Passadas as eleições, onde eles estão? Será que só voltaremos a vê-los daqui a quatro anos?
Os que perderam devem estar contabilizando os prejuízos financeiros, o desgaste emocional e a frustração de terem tido tão poucos votos... Outros, mais escolados, envolvidos com a política há mais tempo, mesmo tendo perdido, dependendo das alianças feitas, têm a esperança de serem convidados para assumir uma secretaria, ter um cargo de confiança e tanto mais. Os jornais até já especulam sobre os prováveis convidados!
No entanto, o mais estranho, é que mesmo os eleitos só tomando posse no dia 1º de janeiro, os vereadores da Câmara Municipal de Niterói já estejam fazendo conversas para escolher o presidente da Casa. Não seria lógico e normal que isso acontecesse após a posse, pois existe um espaço de tempo entre ela e o início efetivo dos trabalhos que regimentalmente só se iniciam no dia 15 de fevereiro?
Difícil para nós, cidadãos e cidadãs comuns, é entendermos a lógica da política que se faz nos gabinetes e nas conversas reservadas onde as decisões são tomadas ignorando a vontade popular.
Uma estratégia política difícil de ser aceita, é a de fazer com que eleitos para cargos legislativos sejam alçados ao executivo dando espaço para que suplentes assumam a cadeira, embora essa prática já tenha se tornado habitual. É uma maneira de fazer com que os “perdedores” nas urnas não fiquem “desempregados”.
São mais quatro anos que temos pela frente. Será que esse tempo é suficiente para entendermos o processo político/eleitoreiro que nos confunde até a próxima eleição?
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